segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O outro lado do festim

Uma luz brilhante invadiu os céus e tudo ficou em silêncio, sentiu a luminosidade branca invadir-lhe as pálpebras, apesar dos olhos bem fechados, queimava a pele até à carne.

Bombas de fragmentação, estalar e cair. Desfalecer. Que sorte, estava vivo...

A guerra ia longa.

No campo jaziam soldados, o chão de balas, esburacado. Bombas estilhaçavam como que a dizer que ainda ali estava. Tapou os ouvidos e seguiu o caminho do projéctil que subia, vibrava de vida, de morte...e viu avançar um onda de destruição na sua direcção. Foi empurrado para trás ficando colado. Depois veio um calor infernal que lhe arderam os cabelos queimando a terra petrificada e a floresta e a paisagem...

o único ser de pé na trincheira.

o Soldado, o General morto.

Vivalma.

Barulhos preenchiam o seu espaço, pedindo a rendição.

Alucinava. Não sabia. Cadáver recente...carne nos corpos. cabeça de fora e poeira. comeu desalmadamente. Acabou por adormecer estendido. a cabeça não sabia quanto tempo tinha dormido. levantou-se, disparou á fechadura e arrombou-a em seguida. Havia um carro, havia um portão

Tudo isto merecia um festim!


b.

1 comentário:

Cruztáceo disse...

Poderias ter invertido. Começado na cave para a guerra. Morto, desfeito, destruído, estilhaçado de corpo e alma.