terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Rato, o Gato e o Cão


Estava em comunhão,
alegres pela ladeira
desciam até ao chão,
O Gato o Rato e o Cão;


O gato miou,
O Cão não gostou
e pró rato rosnou.

O cão falou,
e o rato ouviu
mas nem escutou.

O cão mordeu, magoou.
O gato a uivar,
o rato bufou!

E todos a chiar
ninguém os travou.


Na ladeira comprida,
juntos no carro de corrida,
aceleraram,e não havia meta,
só uma partida.
Nunca lá chegaram,
era treta

sempre que seguiam,

num fartote, uma farra dura e brava
sem freio nem travões,

ninguém os parava!


A páginas tantas
O rato dizia esfola,
o cão dizia mata,
e agora sem mola?
quem os travava?


Havia muita opinião,
até havia discórdia,

e no meio da confusão,
quem faria a concórdia?


O passado comum,

um caminho igual,
Todos por um,
nesse trajecto surreal
O Cão ladra,
O gato mia,
o rato chiava
e ninguém se entendia.


Seguiam a estrada,
Unidos por principio
e nunca separados

por pouco ou por nada.


Viviam na sua,
com os seus labores e cenas,

viriam para a rua,

por emoções apenas.


O cão abalou viagem
o gato subiu um pinheiro
o rato seguiu uma miragem

enquanto continuava o berreiro


Tudo se silenciou,

selvagens se tornaram,

tudo assim se quedou,

e a ladeira nunca mais encontraram.

de z. animado

4 comentários:

as velas ardem ate ao fim disse...

Eu sou o cão!

um bjo

as velas ardem ate ao fim disse...

BFS

bjo

Porcelain disse...

:-P E assim se estraga uma bela amizade... falta de travão... mas nem era preciso travão, bastava um pedacinho de bom senso!!

:-))

Isabel José António disse...

Muito engraçado e bem disposto, este poema!

Vi o seu coto no blogue Ticho - Se quiser, passe a ver os nossos blogues.

Isabel