terça-feira, 29 de julho de 2008

Há brechas no cais( sonhos duma noite que verão)

Na brecha vivia o mexilhão. As ondas batiam, batiam, batiam!
" bum bam badalão!" - faziam
Onde?
Junto ao rio, na foz, ao pé do cais, à beira mar - diziam
Vazam o chão. Esvaziavam a concha. Enchiam o céu. Despejavam depois.
Desejavam toucinho. Gordo ou light? Indiferente, sem acuçar misturava coisas doces. Nata, leite, condensado, precipitado, fugia o mexilhão. Quase evaporado. Destilava, transpirava e acordava. Não era sequer um mexilhão, nem um cão, ou um balão. Mas voava, voava. Saltava e rodava. Sorria e acordava. Era um reflexo, que numa casa de pasto batia, nos olhos da cozinheira incidia, que cegava, de alegria, ensurdecia de paixão, entrava em melancolia.
"sai mais meia dose e uma cesta de pão!" - gritavam

de z. (em zen)

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