
z.
desgarrados
Uma luz brilhante invadiu os céus e tudo ficou em silêncio, sentiu a luminosidade branca invadir-lhe as pálpebras, apesar dos olhos bem fechados, queimava a pele até à carne.
Bombas de fragmentação, estalar e cair. Desfalecer. Que sorte, estava vivo...
A guerra ia longa.
No campo jaziam soldados, o chão de balas, esburacado. Bombas estilhaçavam como que a dizer que ainda ali estava. Tapou os ouvidos e seguiu o caminho do projéctil que subia, vibrava de vida, de morte...e viu avançar um onda de destruição na sua direcção. Foi empurrado para trás ficando colado. Depois veio um calor infernal que lhe arderam os cabelos queimando a terra petrificada e a floresta e a paisagem...
o único ser de pé na trincheira.
o Soldado, o General morto.
Vivalma.
Barulhos preenchiam o seu espaço, pedindo a rendição.
Alucinava. Não sabia. Cadáver recente...carne nos corpos. cabeça de fora e poeira. comeu desalmadamente. Acabou por adormecer estendido. a cabeça não sabia quanto tempo tinha dormido. levantou-se, disparou á fechadura e arrombou-a em seguida. Havia um carro, havia um portão
Tudo isto merecia um festim!
Em suma, espera-se que colaboração deste estimado e acarinhado casal, venha enriquecer exponencialmente este espaço, e sirva para aumentar o seu teor narrativo e acima de tudo polvilhar de criatividade e imaginação o mundo virtual. É com grande expectativa e alegria que abraçamos estes autores-criadores no nosso blog. Desde já a nossa gratidão por acederem ao convite e um grande bem-haja.
Apontamentes, Oito de Setembro de Dois Mil e Oito
Na foto, personagens ficticias. Sines, 2008( por z. )
Gruda desgruda o medo
alfredo
corte no dedo
a bolha descola a escolha
segue a bolha balão
joão
cai no chão
a pinha não se parte
o pinhão
tens a vida na mão
pulha
cuidado com a faúlha que arde
cobarde e já não é tarde
nem é cedo
para o soninho menino
aquele pequenino
ferido na mão
perdido no preto
o crime que cometo
reticências
B.
Tenho medo dos outros
De mim mesmo
De desejar
De não desejar
De ficar preso
De ser livre.
Escondo-me.
Todos temos uma chave
Para nos fecharmos
Para nos abrirmos.
Tenho fome.
Parto à descoberta.
Tropeço, e caio
Na terra de ninguém
B